HISTÓRIA E TRAUMA EM O CORPO INTERMINÁVEL, DE CLÁUDIA LAGE

Resumo

A partir da leitura do romance O corpo interminável (2019), da brasileira Claudia Lage, analisaremos a presença dos traumas relacionados à ditadura militar brasileira que esteve presente na vida de sujeitos que ousaram combatê-la e que também lutaram pela liberdade de expressão. Para que fossem lembradas as vítimas do regime ditatorial brasileiro, o enredo de O corpo interminável apresenta personagens cujas histórias se assemelham à dos relatos encontrados em documentos oficiais sobre o regime. Trata-se de uma pesquisa bibliográfica, de cunho qualitativo, ancorada nos pressupostos da análise literária. Mobilizando um conjunto de autores, tais como: Napolitano (2004), Seligmann-Silva (2003), Figueiredo (2017) dentre outros, o artigo conclui que o romance de Lage assume um papel fundamental no cenário da literatura brasileira contemporânea, uma vez que a fratura do texto se vale do processo do testemunho e da memória do trauma vivenciado em nosso país. Isso demonstra não só uma tentativa de superação por meio da ficcionalização, mas também de mobilizar os leitores a pensar sobre os horrores desse tempo histórico.