Joy Division e as paisagens sonoras de colapso: crise do trabalho e neoliberalismo no pós-punk
Joy Division and the soundscapes of collapse: work crisis, neoliberalism, and post-punk
Resumo
Este artigo analisa como o Joy Division, dentro do movimento pós punk, captura as transformações sociais e econômicas do final dos anos 1970, expressando-as em paisagens sonoras de colapso. A crise do trabalho e a reestruturação da economia mundial assinalam o fim do fordismo e o avanço do neoliberalismo, impulsionando a flexibilização e precarização do trabalho, privatizações e gentrificação dos espaços urbanos. Essas mudanças estruturais reorganizam os afetos do capitalismo contemporâneo, como a ansiedade e a depressão, que transbordam na sonoridade da banda. Elementos como ritmos repetitivos, atmosferas densas e letras melancólicas expressam a desilusão do período, enquanto a produção de Martin Hannett, com o uso de reverberação e silêncios, amplifica a atmosfera espacial da crise. Assim, o Joy Division transforma a experiência da crise em uma paisagem sonora de colapso.
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Direitos autorais (c) 2025 Expedições: Teoria da História e Historiografia (ISSN 2179-6386)

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